domingo, março 27

Religiões e Ecologia



“Ao lado da Ciência, da Educação e dos Governos, também as Religiões participam da tarefa ecológica, em benefício da vida na Terra. O diálogo entre Religiões e Ecologia é tão urgente quanto promissor: estabelece contatos, partilha valores, indica convergências e abre vias de ação conjunta” – assim se expressa o Prof. Pe. Marcial Maçaneiro, vice-diretor da Faculdade Dehoniana, ao apresentar seu livro Religiões & Ecologia (Paulinas, 2011).

Ao longo dos séculos as Religiões traçaram “desenhos do mundo” e indagaram sobre o sentido do universo, propondo virtudes ecológicas como o cuidado, a partilha e a sobriedade no uso dos bens da natureza. É o que verificamos no Hinduísmo, Budismo, Culto dos Orixás, Judaísmo, Cristianismo e Islã – abordados didaticamente nesta obra.

Tendo presente essas seis religiões, o livro se organiza em três partes, cada qual a partir de uma pergunta:

Parte I – Como as religiões interpretam o cosmos e a natureza?
Aqui se esclarece a cosmovisão de cada uma das seis religiões (Hinduísmo, Budismo, Candomblé, Judaísmo, Cristianismo e Islã) É a parte mais longa, por conta dos conteúdos milenares e das muitas narrativas religiosas sobre o mundo, a natureza e a humanidade. O leitor poderá seguir página por página, ou selecionar aquela religião que lhe for de interesse.

Parte II – O que as religiões oferecem para o saber e o agir ecológicos?
Trata dos valores ecológicos presentes nas religiões. Em tom propositivo, destacam-se sete contribuições das religiões para o saber e o agir ecológicos: episteme, profundidade, reconhecimento, virtudes, humanidade, engajamento e espiritualidade. Informações científicas e religiosas se articulam, com distinções e complementos significativos, numa linguagem descritiva e poética, além da explicação conceitual.

Parte III – Que tarefas a ecologia solicita das religiões?
Propõe as tarefas ecológicas que as religiões são chamadas a realizar, como parcela de sua responsabilidade pela vida humana e planetária. As tarefas são condensadas em sete: interpretar a condição humana na Terra; desenvolver a consciência ecológica de seus membros; participar da elaboração de uma epistemologia ambiental; promover a ética ecológica; dialogar sobre questões ambientais; agir conjuntamente pela causa ecológica; reencantar a natureza.

A obra tem conteúdo informativo, fruto de longa pesquisa. A leitura proporciona um contato direto com as fontes religiosas: mitologias, narrativas ancestrais, compêndios doutrinais e textos sacros. O autor inclui o debate atual sobre Ciência Ecológica, com os cientistas Edgar Morin, Enrique Leff, Pierre Dansereau, Alfredo Pena-Vega e James Lovelock. Também documentos internacionais entram na abordagem, como: Convenção da TerraDeclaração sobre o ethos mundial e diretrizes ecumênicas.

Assim, o encontro entre Religiões e Ecologia começa na cosmovisão, passa pelos valores e se projeta num conjunto de tarefas em prol da vida e da sustentabilidade do planeta.

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