quinta-feira, março 10

ENEM 2010: Questões de Filosofia

A política, foi inicialmente, a arte das pessoas se ocuparem do lhes diz respeito. Posteriormente, passou a ser a arte de compelir as pessoas a decidirem sobre aquilo de que nada entendem.

VALÉRY, P. Cadernos. Apud BENEVIDES, M.V.M. A cidadania ativa. São Paulo: Ática, 1996.

Nesta definição o autor entende que a história da política está dividida em dois momentos principais: um primeiro, marcado pelo autoritarismo excludente, e um segundo caracterizado por uma democracia incompleta. Considerando o texto, qual é o elemento comum a esses dois momentos da história política?

a. A distribuição equilibrada do poder.
b. O impedimento da participação popular.
c. O CONTROLE DAS DECISÕES POR UMA MINORIA.
d. A valorização das opiniões mais competentes.
e. A sistematização dos processos decisórios.

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O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros que, por muita piedade, permitem aos distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo.

MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo. Martin Claret, 2009.

No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a monarquia e a função do governante. A manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na

a. Inércia do julgamento de crimes polêmicos.
b. Bondade em relação ao comportamento dos mercenários.
c. Compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.
d. Neutralidade diante da condenação dos servos.
e. CONVENIÊNCIA ENTRE O PODER TIRÂNICO E MORAL DO PRÍNCIPE.

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A lei não nasce da natureza, junto das fontes frequentadas pelos primeiros pastores; a lei nasce das batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das conquistas que têm sua data e seus heróis de horror: a lei nasce das cidades incendiadas, das terras devastadas, ela nasce com os famosos inocentes que agonizam no dia que está amanhecendo.

FOUCAULT, M. Aula de 14 e janeiro de 1976. In: Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao pensar a política e a lei em relação ao poder e à organização social. Com base na reflexão de Foucault, a finalidade das leis na organização das sociedades modernas é

a. Combater ações violentas na guerra entre as nações.
b. Coagir e servir para refrear a agressividade humana.
c. Criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre os indivíduos de uma mesma nação.
d. Estabelecer princípios éticos que regulamentam as ações bélicas entre países inimigos.
e. ORGANIZAR AS RELAÇÕES DE PODER NA SOCIEDADE E ENTRE OS ESTADOS.

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A ética precisa ser compreendida como um empreendimento coletivo a ser constantemente retomado e rediscutido, porque o produto da relação interpessoal e social. A ética supõe ainda que cada grupo social se organize sentindo-se responsável por todos e que crie condições para um exercício de pensar e agir autônomos. A relação entre ética e política é uma questão de educação e luta pela soberania dos povos. É necessária uma ética renovada, que se construa a partir da natureza de valores para organizar também uma nova prática política.
CORDI. et al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2007 (adaptado)
O século XX teve de repensar a ética para enfrentar novos problemas oriundos de diferentes crises sociais, conflitos ideológicos e contradições da realidade. Sob este enfoque e a partir do texto, a ética pode ser compreendida como
a. INSTRUMENTO DE GARANTIA DA CIDADANIA, PORQUE ATRAVÉS DELAS OS CIDADÃOS PASSAM A PENSAR E A AGIR DE ACORDO COM VALORES COLETIVOS.
b. Mecanismo de criação dos direitos humanos, porque é da natureza do homem ser ético e virtuoso.
c. Meio para resolver os conflitos sociais no cenário da globalização, pois a partir do entendimento do que e efetivamente a ética, a política internacional se realiza.
d. Parâmetro para assegurar o exercício político primando pelos interesses a ação privada dos cidadãos.
e. aceitação de valores universais implícitos numa sociedade que busca dimensionar sua vinculação à outras sociedades.

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Na ética contemporânea, o sujeito é não é mais um sujeito substancial, soberano e absolutamente livre, nem um sujeito empírico puramente natural. Ele é simultaneamente os dois, na medida em que é um sujeito histórico-social. Assim, a ética atinge um dimensionamento político, uma vez que a ação do sujeito não pode mais ser vista e avaliada fora da relação social coletiva. Desse modo, a ética se entrelaça, necessariamente com a política, entendida esta como a área de avaliação de valores que atravessas as relações sociais e que interliga os indivíduos entre si.
O texto, ao evocar a dimensão histórica do processo de formação da ética na sociedade contemporânea, ressalta
a. Os conteúdos éticos decorrentes da ideologias político-partidárias.
b. O valor da ação humana derivada de preceitos metafísicos.
c. A sistematização de valores desassociados da cultura.
d. O SENTIDO COLETIVO E POLÍTICO DAS AÇÕES HUMANAS INDIVIDUAIS.
e. O julgamento das ação ética pelos políticos eleitos politicamente.

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A questão tinha um quadrinho da Mafalda dizendo numa fila para vacinar-se a uma enfermeira: "Viemos nos vacinar contra o despotismo"
Democracia: “regime político no qual a soberania é exercida pelo povo, pertence ao conjunto de cidadãos.”
JAPIASSÚ, H; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
Uma suposta “vacina” contra os despotismo, em um contexto democrático, tem por objetivo
a. Impedir a contratação de familiares para o serviço público.
b. Reduzir a ação das instituições constitucionais.
c.Combater a distribuição equilibrada de poder.
d. EVITAR A ESCOLHA DE GOVERNANTES AUTORITÁRIOS.
e. Restringir a atuação do parlamento.

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