quarta-feira, janeiro 10

Uma nova república socialista?


O presidente reeleito da Venezuela, Hugo Chávez, tomaposse nesta quarta-feira para seu novo mandato, quevai até 2013, com promessas de uma radical revolução socialista e de nacionalizações, que já derrubaram os mercados financeiros.Animado por sua tranquila vitória eleitoral dedezembro, o líder antiamericano vem flertando audaciosamente com as polêmicas: recusou-se a renovara concessão de uma rede de TV oposicionista e prometeuassumir o controle de empresas importantes, algumasdas quais de capital estrangeiro."Estamos avançando para uma república socialista da Venezuela", disse Chávezna segunda-feira, quando anunciou políticas como o fimda autonomia do Banco Central e um pedido ao Congressopara que o presidente tenha poderes legislativosespeciais.Os mercados financeiros reagiram à guinada de Chávezainda mais à esquerda. A Bolsa perdeu quase um quintodo seu valor na terça-feira, os títulos da dívidacaíram a seu menor valor em seis semanas, e a moedalocal foi vendida a quase o dobro da taxa oficial.A oposição acusa Chávez, no poder desde 1999, detentar transformar o país, grande exportador depetróleo, em uma economia centralizada, ao estilocubano.Reeleito com 63 por cento dos votos em dezembro, opresidente estimulou ainda mais as comparações comFidel Castro ao anunciar a formação de um partidoúnico para apoiá-lo, embora declare que sempre vaitolerar a oposição.Chávez já controla o Parlamento e o Judiciário, eafirma que apenas seus seguidores devem ser admitidosno Exército e na estatal petrolífera PDVSA. A mídia ea infra-estrutura, seus novos alvos, são dois setoresque poderiam completar seu controle sobre o Estado.O presidente diz necessitar de mais poderes parasalvar a Venezuela da exploração e mesmo de um ataquede países capitalistas, especialmente os EstadosUnidos.Ainda não se sabe se o governo pretende assumir ocontrole de 51 por cento das empresas energéticas ouestatizá-las totalmente. Entre as empresasestrangeiras ameaçadas pela decisão estão Chevron,Exxon Mobil, ConocoPhillips, Statoil e Total.Chávez já confiscou enormes fazendas de pecuária,algumas de propriedade estrangeira, para distribuirterras aos pobres."Ele está falando como o mestre da Venezuela, tentandoguiar a Venezuela para a escuridão", disse o líderoposicionista Manuel Rosales.Já o chanceler Nicolás Maduro defendeu os planos deChávez. "Esta é uma missão de resgate para a soberaniada Venezuela."

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