sexta-feira, julho 6

Esquimós declaram guerra a sorvetes no Canadá



Toronto (Canadá), 5 jul (EFE).- A tribo squamish, uma das nações indígenas do oeste canadense, proibiu a entrada em seu território de vendedores ambulantes de sorvetes como medida para lutar contra a epidemia de diabete que afeta suas comunidades, informou hoje a imprensa local.
Os indígenas canadenses, que se autodenominam com o nome genérico de "primeiras nações", são a comunidade que mais sofre com o alarmante crescimento da incidência de diabete, especialmente do tipo 2, em conseqüência dos hábitos alimentícios e da falta de exercícios.
Doris Paul, encarregada dos serviços familiares e infantis dos squamish, decidiu propor a proibição aos tradicionais vendedores ambulantes de sorvetes para operar na comunidade. A medida entra em vigor agora no início de julho.
As estatísticas da própria Assembléia das Primeiras Nações (AFN, em inglês), grupo que engloba os diferentes povos indígenas do Canadá, são alarmantes.
A diabete afeta entre 3 e 5 vezes mais os indígenas que ao resto dos canadenses. Um entre cada 3 nativos maiores de 55 anos sofre da doença. Metade das crianças indígenas é obesa ou tem diabete.
A população da tribo squamish é de 3.292 pessoas que vivem em aldeias na província da Colúmbia Britânica, ao norte da cidade de Vancouver.
A assistente social considera que os squamish são presa fácil para os vendedores de sorvetes que dirigem caminhonetes constantemente pelas comunidades, especialmente no verão canadense.
"Temos crianças que comem sorvetes duas ou três vezes por dia", declarou ela jornal "North Shore Outlook".
Doris Paul, que sofreu a epidemia de diabete na própria família, acrescentou que não é só uma questão de proibir os sorvetes.
"Temos que educar as crianças em idade de tomar sorvete.
Precisamos educá-los para que eles mesmos ensinem seus pais", acrescentou.
O pai de Doris Paul morreu há poucos meses, com 76 anos, em conseqüência de dificuldades causadas pela diabete. EFE

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