domingo, janeiro 30

Mubarak: Um ditador querido pelos Estados Unidos da América




Caros amigos de boa companhia!

Há alguns dias perdi totalmente o contato com um grande amigo egípcio, Ahmed Wagdy, da cidade de Gizé, no Egito, por isso resolvi escrever o texto abaixo e achei interessante partilhar com vocês.


Mubarak: Um ditador querido pelos Estados Unidos da América

"Mubarak fora, o Islã dentro!"Esse é grito que se ouve no mundo árabe, ao menos o mundo árabe genuíno, aqueles que são contra os sucessivos mandos e desmandos do poderio norte-americano e a loucura do sionismo tacanho israelense. "Mubarak é um traidor e um agente americano", gritavam os manifestantes.

Contraditório é pensar que a forte nação militar das Américas, que sempre se declarou totalmente contra qualquer forma de poder ditatorial, é só constatar a eterna tensão entre EUA e países como Cuba e Venezuela. Agora mostra, o que antes era velado, total apoio a Mubarak, um Fidel Castro ou Hugo Chavez se preferirem às avessas.

Sob a ótica do imediatismo isso pode parecer mais uma das grandes contradições da história. Mas numa analise mais aprofundada, que fuja de um jornalismo que prima pelo senso comum, e mergulhe num estudo político de fato, poderemos compreender melhor o que esta se passando no mundo árabe nesse momento da história.

Os Estados Unidos e Europa temem que essa crise se alastre por todo o mundo árabe. Começou com a queda do ditador da Tunísia, invadiu o Egito, chegou ao Iêmen e já sacode a Jordânia. A diferença é que, enquanto a paradisíaca Tunísia é um lindo país de 10 milhões de habitantes no norte da África, pertinho da Europa, o Egito é um país poderoso, militarizado, o líder árabe. Além disso, dos 22 países da Liga Árabe, só dois mantêm relações com o vizinho Israel: justamente o Egito e a Jordânia. E Israel é o principal aliado norte-americano no Oriente Médio.

O Governo norte-americano já perdeu o Irã há tempos e hoje tenta mobilizar o mundo contra o regime dos aiatolás, para colocar outros “aiatolás”, que sejam aliados da Casa Branca, no governo desse majestoso país de origem persa. Agora não pode correr o risco de perder o apoio do Egito e da Jordânia, principalmente para regimes religiosos “extremistas” que vão contra o neoliberalismo, o grande deus da economia (ou seria religião?) capitalista.

Contudo, nesses últimos dias, os "imans" (sacerdotes muçulmanos) se rebelaram contra a censura prévia do governo e convocaram a população a aderir às manifestações na sexta-feira, dia nacional de preces, Pronto! O Egito pegou fogo... e com ele todo o mundo árabe!

As pessoas saíram das mesquitas e foram às ruas, e a rebelião deixou de ser restrita a jovens e à classe média com acesso à internet e tomou conta da capital e de todas as outras sete grandes cidades egípcias: Suez, Alexandria, Port Said, Ismailia, Assiut e Sohag. Mubarak reagiu duramente, jogando militares e tanques nas ruas, mas não adiantou. 

Agora o Governo proíbe a emissora de TV Al Jazeera de operar no Egito, com base no Qatar, a emissora tem sucursais em todo o mundo, com correspondentes inclusive no Brasil, e transmite notícias em árabe e inglês.
Segundo um comunicado da rede, o Egito suspendeu suas atividades no país e retirou as permissões oficiais de todos os correspondentes que cobriam os protestos que exigem a saída do ditador Hosni Mubarak, há 30 anos no comando.

O que a imprensa mundial não revela declaradamente, em letras garrafais, é que não se trata de um processo de troca de poder de um extremismo para outro extremismo. O que temos no Egito agora é a luta de um povo que pede eleições antecipadas, que não é alienado a ponto de acreditar que a decisão de Hosni Mubarak de apontar Suleiman, seu chefe de Inteligência e confidente, como provável sucessor, seria uma avanço democrático.

O povo egípcio que hoje literalmente derrama seu sangue nas principais cidades por onde, na antiguidade, reinaram os faraós, pede por liberdade, por autonomia, por participação na vida política do país, por ter o direito de pertencer, apoiar e se unir ao mundo árabe. Longe de interferências externas, de povos, que de longe, em nada querem colaborar para a melhoria de vida de um país que ainda conta com 40 milhões de pessoas abaixo da linha da miséria, com salários de até US$ 30 por mês, e com um índice de 40% de analfabetos.


Nota: Até o presente momento 102 mortos e milhares de feridos nas manifestações.

sábado, janeiro 29

BIG BROTHER BRASIL - UMA LEITURA CRÍTICA!



JÁ HÁ ALGUM tempo venho me perguntando como a Rede Globo tem a coragem de repetir, de ano para ano, um programa de tão baixo calão, fazendo desfilar tanta inutilidade em horário nobre de televisão. Tenho cá minhas respostas, mas encontrei na reflexão de Luiz Fernando Veríssimo, abaixo, tudo aquilo que acho e outras elucidações costuradas pela criticidade desse grande escritor. É LEITURA CRÍTICA OBRIGATÓRIA a todos os professores deste país e, quem sabe, para estudo com os estudantes nas suas salas de aula.



BIG BROTHER BRASIL

Luiz FernandoVeríssimo




Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A  décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil,... encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que em Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos.

Gays, lésbicas, heteros... todos, na mesma casa, a casa dos "heróis", como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE...

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um "zoológico humano divertido" . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo.

Eu gostaria de perguntar, se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?

São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros: profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..

Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.

Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada, meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.

E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social: moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?

(Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.

Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.

A etimologia das palavras demônio e diabo



O texto abaixo é fruto de uma noite de reflexões virtuais com meu estimado aluno André Gabriel, que lançou algumas provocações e seguimos construindo o dialogo juntos, assim como era na antiguidade grega, no auge da filosofia clássica.

Um demónio ou demônio, ou ainda, daimon ou daemon é originalmente um tipo de ser que em muito se distanciou, mesmo que ainda se assemelhe, aos gênios da mitologia árabe, pois ao longo dos anos a sua descrição mudou, e segundo a maior parte das religiões, que dividem-se no mundo de forma maniqueísta, como judaico-cristão, é um ser intermediário entre o homem e Deus, tipicamente descrita como um espírito do Mal, embora originalmente a palavra demónio, criada pelos gregos, signifique a voz interior, ou o deus que vive dentro de nós e nos aconselha, mas também pode ser a fonte de ódio.

Contudo se considerarmos como os cristãos medievais que demônio é sinônimo de diabo, em hebraico antigo a palavra diabo vem de diabolos, diabulum, que significa aquele que divide, que separa, que causa discórdia, que separa uma comunidade.
Neste Aspecto a filosofia de Santo Agostinho encontra a base para afirmar que o mal em si, como um ser personificado, não existe, o que existe é ausência do bem, assim como a escuridão em si não existe e sim a falta da luz.

É necessário sempre contextualizar a etimologia da palavra, pensar no povo, no momento histórico que deu sentido e “nascimento” para a palavra. No caso dos hebreus da antiguidade havia a extrema necessidade de colocar ordem e união na nova comunidade que se reerguia com a fuga do Egito. Por isso a enorme repugnância a qualquer forma de separação, divisão, era urgente a união entre eles.

Autoria especulativa de André Gabriel, e eu aqui todo orgulhoso rsrs


sexta-feira, janeiro 28

O Sermão da montanha - versão para educadores (um misto de sátira e realidade atual)


Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre
uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se
aproximassem. Ele os preparava para serem os educadores capazes de
transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.
Tomando a palavra, disse-lhes:
- "Em verdade, em verdade vos digo:
Felizes os pobres de espírito, porque  deles é o reino dos céus.
Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque  serão saciados.
Felizes os misericordiosos, porque eles..."
Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
- É pra copiar?
Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?
João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?
Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?
Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.
Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas por que é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!
Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado
nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso
e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos?
Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?
Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades
integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros
curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e
atitudinais?
Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e
reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos
para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem
pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso
projeto. E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é
professor titular...
*****
É... pelo visto, nos dias de hoje nem Jesus Cristo agüentaria ser professor!

quinta-feira, janeiro 27

A Filosofia cede espaço para o Amor




Ao contrário do que muitos imaginam a filosofia também se debruça sobre o amor, mas nessa postagem gostaria que a reflexão pairasse sobre a, igualmente nobre, literatura:

"A raça humana está imbuída de paixão. Medicina, Direito, Administração, Engenharia são ocupações nobres, necessárias à vida humana. Mas poesia, beleza, romance, amor... isso é o que nos mantém vivos!"
(Sociedade dos Poetas Mortos)

"Ele a amava! Era um amor à Romeu, vindo de repente numa troca de olhares fatal e deslumbradora, uma dessas paixões que assaltam um existência, a assolam como um furacão, arrancando a vontade, a razão, os respeitos humanos e empurrando-os de roldão aos abismos."
(Eça de Queirós - Os Maias)

"Tomas dizia consigo mesmo: deitar-se com uma mulher e dormir com ela, eis duas paixões não apenas diferentes, mas quase contraditórias. O amor não se manifesta pelo desejo de fazer sexo (esse desejo se aplica a uma multidão inumerável de mulheres), mas pelo desejo de sono compartilhado (esse desejo diz respeito a uma só mulher)."
(Milan Kundera -A Insustentável Leveza do Ser)

quarta-feira, janeiro 26

Mundo Cão




Apreciei com muito gosto a opinião do colunista Michel Blanco. Uma boa reflexão para reavaliarmos atitudes perante o amor, a felicidade e a morte. Enfim... repensar a condição humana.



"Um cachorro se deita ao lado da cova rasa de uma das mais de 800 vítimas das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro. Mal sabia que o descanso inadvertido em campo-santo comoveria o país. Fotografado e confundido com outro vira-lata, foi alçado à condição de herói pela imprensa. Nem os cães estão a salvo de um instante paparazzi.
Antes de se provar uma tremenda “barriga”, a história de Caramelo e seu sósia rendeu horas de trabalho jornalístico na busca por um fato novo em meio à contagem de corpos da tragédia. Ao fim, confirmou-se uma ligação entre bichos e os casos mais célebres de deslizes da mídia brasileira.
Não que os vira-latas sejam indignos de nota. São companheiros fiéis, ora. O verdadeiro Caramelo foi encontrado por bombeiros quando escavava a terra que soterrou seus quatro donos. Acabou indicando o paradeiro dos corpos aos homens do resgate. O outro, primeiramente batizado Leão e depois Joe, acompanhava o dono que se voluntariou para ajudar a sepultar os mortos.
Mas a atenção exagerada aos cães desabrigados pela tragédia cobra uma reflexão — e não apenas nas redações. Somente dias depois de incessante material sobre o perrengue canino fomos informados quequase três mil crianças estavam sem casa só em Teresópolis. A cachorrada chegou antes à condição de vítima, sinal do valor dado à infância. Impossível não lembrar do fino Rock da Cachorra, de Léo Jaime: “Troque seu cachorro por uma criança pobre”.
A empatia provocada pelos bichos é fartamente explorada pela imprensa. Não à toa. Somos cada vez mais ridículos no trato com animais de estimação, elevados à condição de filho mimado.  Humanizamos a relação com os bichos ao mesmo tempo que é lugar comum da vida urbana queixar-se da deterioração de relações interpessoais. Culpa do comportamento animalesco de alguns, alguém pode dizer. Afinal, nem todo mundo é fofo.
Buscamos nos cachorros aquilo que parecemos ser incapazes de oferecer: amor incondicional. Merecem todo afago, pois só mesmo cachorro para nos aguentar. A humanização dos cães pode ser útil, se aprendermos algo com eles."

domingo, janeiro 23

O conceito de liberdade para Schelling


Ao estabelecer uma visão ampla da questão do mal Schelling fundamenta seu conceito de liberdade e prepara o caminho para sua compreensão em vista do projeto maior de sua filosofia que é o da realização da integração primordial.  

[...]Essa nostalgia não é o próprio Uno mas se apresenta igualmente eterna. Ela quer engendrar a deus, ou seja, a unidade infundável, embora nela mesma não se encontre a unidade (SCHELLING, 1990, p. 40).

A unidade é essencial para a realização da pessoa humana. Desse modo, o conceito de liberdade em Schelling extrapola o sentido individual e busca as raias da integração entre a esfera do finito e a esfera do infinito. Ser livre, portanto, desponta sob o sentido de pertença e não pelo viés da posse. O sujeito não detém a liberdade, mas pertence a ela. Trata-se da condição acima das diferenças e das escolhas. É uma espécie de liberdade ontológica na qual a oposição é substituída pela totalidade, isto é, na qual humano e divino se pertencem mutuamente.
A liberdade posta como condição à qual o ser humano pertence pode soar demasiado pedante e perigoso aos ouvidos da contemporaneidade. E isso se deve menos ao absurdo da definição de Schelling e mais pela tendência de se tomar liberdade como auto-afirmação do sujeito com relação a si mesmo num movimento de total indiferença com relação a tudo o que escapa dos limites da própria individualidade. A liberdade em Schelling resgata a dimensão da interação com os outros e com o todo. O sujeito livre não é aquele que se auto-determina egoisticamente, mas que assume sua relação com a totalidade. O finito e o infinito são, assim, tratados como instâncias complementares e não opostos. O homem é convidado por Schelling a reconhecer-se mais do que um ser de escolhas e compreender-se como ser de projetos e possibilidade globais

quarta-feira, janeiro 19

Filosofia e Hermenêutica


Cada vez mais me convenço e sinto na pele que a Filosofia é pensamento que foi cuidadosamente considerado, assim sendo, a mestra da linguagem por excelência. Tal fardo exige considerar que qualquer linguagem reside no mundo da interpretação. Foi um aprendizado difícil, pois aprender a ler lentamente com penetração, respeito e precaução, com segundas intenções e portas abertas, com dedos e olhos "arqueológicos". A hermenêutica, embora tenha suprido essa disciplina da minha grade pois era optativa, se encontra, ao meu ver, em tensão entre uma "vontade de escutar" e uma "vontade de suspeitar".

domingo, janeiro 16

Saiba como ajudar os desabrigados da chuva na Região Serrana do Rio


Prefeitura de Teresópolis criou conta bancária para receber doações.

Supermercados, abrigos e postos da PRF também aceitam donativos.


Situaçao em Friburgo após a chuva é caóticaChuvas destruíram casas no Rio de Janeiro
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Postos rodoviários, supermercados e abrigos estão recebendo donativos para ajudar as vítimas da chuva na Região Serrana do Rio. Os desabrigados e desalojados precisam de doações de água potável, alimentos, roupas, cobertores, colchonetes e itens de higiene pessoal, como sabonete, pasta de dente e fralda descartável.

Para doar sangueO HemoRio montou um esquema especial de atendimento. Para doar é preciso estar bem de saúde, ter entre 18 e 65 anos e pesar mais de 50 kg. Não é necessário estar em jejum. A única recomendação é evitar alimentos gordurosos antes da coleta. Interessados devem se apresentar com um documento de identidade. Quem preferir, pode agendar um horário para fazer a doação no telefone 0800 282-0708. O HemoRio fica na Rua Frei Caneca 8, no Centro, e funciona de segunda a domingo, das 7h às 18h.

Contas para doações em dinheiro
A Prefeitura de Teresópolis disponibilizou uma conta corrente no Banco do Brasil para receber doações e ajudar as famílias atingidas pelo temporal. Com o nome “SOS Teresópolis – Donativos”, a conta corrente é número 110000-9, na Agência 0741-2. Há também a conta 2011-1, Agência 4146, da Caixa Econômica Federal. O CNPJ da Prefeitura é número 29.138.369/0001-47. 

Em São Paulo temos como um dos centros de concentração de donativos a Cruz Vermelha de São Paulo: 

Avenida Moreira Guimarães, 699, em Indianópolis, Capital - SP - Tel: (11) 5056-8667
Doação em Dinheiro
Banco Itaú - 341
Agencia 6480
Conta corrente 06310-3

sábado, janeiro 15

Tema Teológico-Sociológico de hoje: O problema do Moralismo Fundamentalista entre os leigos desinformados na Igreja Católica


A problemática do Sexo: por hoje não

O PHN – Por hoje não vou mais pecar – é o setor juvenil da Canção Nova e foi idealizado por um de seus membros conhecido como Dunga. Trata-se de um membro preocupado com a questão juvenil que grava CD´s, apresenta programas na TVe organiza eventos de massa para a juventude chamada de Acampamentos de Oração. Esses acampamentos são temáticos: há o acampamento de carnaval que tem o intuito de proteger os jovens das festas mundanas desse feriado, os acampamentos de libertação e cura, entre outros. Entretanto, o acampamento mais visitado pelos jovens é o acampamento PHN que apresenta diversos cantores católicos e promove várias atrações e momentos de louvor, celebração e festa para os carismáticos. O PHN atua no sentido de enfatizar a necessidade de distanciamento do mundo que o jovem carismático precisa manter para aprofundar sua fé e se preparar para o enfrentamento do mal, livrando-se totalmente do pecado. O participante do PHN é chamado a estar mais próximo de Deus por meio da experiência cotidiana e o PHN é um meio que permite recomeçar a cada dia.
Para uma descrição do programa televisivo PHN da TV Canção Nova, ver BRAGA, Antonio M. da C. (2004) TV católica Canção Nova: “Providência e Compromisso” X “Mercado e Consumismo” In Religião e Sociedade, vol. 24, nº 1. Rio de Janeiro: ISER, out., p. 120.
Dunga, principal difusor do PHN, escreve vários livros no intuito de convencer o jovem a mudar de vida, fazendo críticas ferrenhas ao homossexualismo, às drogas e à questão da sexualidade (sexo fora do casamento, masturbação, prostituição, traição, ficar). O PHN propõe ao jovem o resgate de sua identidade, perdida no momento em que há o desvio de rota, desvio “daquilo que deveríamos ser”.
O sexo fora do casamento também é algo muito discutido pelo movimento PHN. “Se o pecado bater na porta de sua casa, ou alguém o convidar para ir ao motel, ou ficarRevista Brasileira de História das Religiões. ANPUH, Ano III, n. 8, Set. 2010 - ISSN 1983-2850 http://www.dhi.uem.br/gtreligiao Artigos___________________________________________________________ 236
com um „gatinho ou uma gatinha, não tenha medo de dizer que você está morto para o pecado” (DUNGA, 2005b, p. 18). O sexo é considerado o principal desvio de rota do jovem, um verdadeiro descaminho para a santidade, o primeiro passo para fora do projeto de Deus. A prática da masturbação também é alvo de críticas: “Não nos enganemos com as pessoas que dizem que masturbação não é pecado” (DUNGA, 2005b, p. 13). O pecado dessa prática está no falto dela ser acompanhada de “pensamentos e sentimentos que não agradam a Deus”.
Portanto, a questão da sexualidade é considerada pelo PHN o principal fator que leva o jovem ao pecado. Dunga afirma que “A luta acontece principalmente em nosso interior, contra os prazeres da carne” (DUNGA, 2005b, p. 15). Todavia, além da questão sexual, o uso de drogas também é visto como elemento do “demônio” para alienar o jovem. “Quando olhamos um drogado na rua, percebemos a ação do demônio e quase nos esquecemos de que aquela pessoa é templo do Espírito Santo” (DUNGA, 2005b, p. 12). Para o PHN o combate ao tráfico deve acontecer a partir da ação do Espírito Santo. Nesse sentido, os livros de Dunga trabalham a questão moral tradicional e defendem uma postura de distanciamento do jovem diante da sociedade.
A partir da influência de seu idealizador, o movimento juvenil PHN, promovido pela Canção Nova, busca apresentar Jesus para o jovem e, conseqüentemente, livrá-lo do pecado. A conseqüência desse processo é o estreitamento no livre arbítrio do jovem carismático. Há uma negação da capacidade de julgamento do individuo com uma educação de recusa do espaço social no qual está inserido. “Nossa cabeça pode ser oficina do diabo se permitirmos que nossos pensamentos nos dominem, e basta um pequeno desvio para que isso aconteça” (DUNGA, 2005b, p. 42). Propõe-se abertamente que o jovem se distancie do seu meio social para aprimorar sua fé para assim voltar no futuro e “falar de Deus”. Fala-se em recuperação: “Porém, antes, precisamos ficar um tempo afastados para que a nossa recuperação seja completa e nossa vida volte a ser organizada” (DUNGA, 2005b, p. 26).
Portanto, em nossas observações do campo, conclui-se que o PHN é um modo de vida, nas palavras de Dunga um instrumento para a grande batalha contra o pecado. “O PHN é, sem dúvida, uma grande arma nessa luta. Vamos combater, até o sangue, o pecado em nossa vida” (DUNGA, 2005, p. 20). Trata-se de uma proposta de organização para a Revista Brasileira de História das Religiões. ANPUH, Ano III, n. 8, Set. 2010 - ISSN 1983-2850 http://www.dhi.uem.br/gtreligiao Artigos___________________________________________________________ 237
vida juvenil “repleta de possibilidades e caminhos contraditórios aos desejos de Deus”. O movimento que nasce da experiência de Dunga com Jovens em situação de risco ao se propagar pelos diferentes meios de comunicação, principalmente a TV, transforma-se na principal referência de vivência cristã dos jovens carismáticos, sendo no grupo de oração, principalmente os voltados para o público juvenil, que esse processo de evangelização se estabelece e desenvolve.
O tema da sexualidade está fortemente presente não apenas na obra de Dunga, mas também em outros escritos carismáticos voltados aos jovens. Por exemplo, Pe. Jonas Abib, liderança da Canção Nova, afirma categoricamente que o sexo é apenas para procriação.
Dou um passo a mais e convido também os casados a assumirem um compromisso com o Senhor: viverem suas relações conjugais de maneira pura, santa, como Deus quer! Sem as aberrações que o mundo ensina através dos filmes, vídeos, revistas e tudo o mais [...] O mundo nos quer ver sujando aquilo que de mais puro Deus criou: a união do homem e da mulher como sócios dEle para a existência de filhos neste mundo. Foi Deus quem quis que a criação de seus filhos continuasse por meio da sexualidade do homem e da mulher (ABIB, 2005, p. 34).
Significa que é necessário viver a castidade até o casamento e depois de casado deve-se praticar o sexo como forma de procriação. O PHN cobra uma renúncia de “si mesmo” a partir da não prática do sexo antes do casamento e da sua prática no casamento segundo os planos de Deus: uma ligação entre homens e mulheres no sentido de dar continuidade à existência humana.
As figuras de Sara e Tobias são resgatadas para reafirmar a necessidade da manutenção da virgindade até o casamento. Tobias e Sara casaram virgens e na noite de núpcias decidiram rezar durante três noites antes de manterem relações sexuais6. Pe. Jonas se apropria desses personagens bíblicos para convencer o jovem da necessidade da castidade. Afirma que ao transar antes do casamento, o jovem se “queima”, ou seja, machuca-se. O testemunho de uma jovem é descrito para convencer o jovem dessa necessidade: afirma que ela recuperou sua virgindade (física) ao se converter para o movimento e assumir o plano de Deus. Além disso, para ele, a camisinha é uma falsa prevenção.
6 Ver Bíblia Sagrada, Antigo Testamento, TB 8, 4-5. Revista Brasileira de História das Religiões. ANPUH, Ano III, n. 8, Set. 2010 - ISSN 1983-2850 http://www.dhi.uem.br/gtreligiao Artigos___________________________________________________________ 238
Acerca do assunto da camisinha como falsa prevenção, o Professor Felipe Aquino afirma que é uma irresponsabilidade científica dizer para o jovem que é seguro transar com camisinha. As análises de Aquino sobre algumas pesquisas científicas, em relação à seguridade da camisinha, levam-no a afirmar que “em média, três relações sexuais com camisinha têm o risco equivalente a uma relação sem camisinha” (AQUINO, 2005, p. 102). Diante dessa realidade apresentada, Aquino conclui que a única segurança para o jovem é a castidade, com submissão total à Igreja. Defende a centralidade da IC como controladora da vida do fiel e pede ao jovem que seja ordeiro, obediente à única e verdadeira igreja de Cristo.
A partir dessa dinâmica da salvação, o PHN dá um sentido para a vida do jovem. Diante de uma realidade sem perspectiva de futuro e de uma sociedade sem ancoradouro seguro, os jovens da RCC são convidados a assumirem um caminho de sofrimento e dor, entretanto, um caminho com sentido certo. A RCC se aproveita dessa falta de perspectiva e insere o jovem numa realidade de certeza imbuída de sofrimento, ao molde do cristianismo tradicional. Trata-se de uma realidade na qual o jovem deve abrir mão das esferas seculares da vida para mergulhar na profundeza dos milagres que a esfera religiosa pode lhe oferecer. Diante do futuro inseguro, assume-se um presente de segurança comunitária, soteriológica diria Weber, que traz consigo a necessidade da abdicação de elementos racionais, mas também do irracional da vida secularizada, principalmente o estético e o erótico.
Considerações finais
Portanto, em relação aos jovens da RCC, afirma-se que eles são evangelizados a partir de um roteiro bem definido, que tem como porta de entrada o “Grupo de Oração Jovem”, como finalidade principal a adesão do jovem a uma comunidade de vida ou de aliança e o distanciamento do mundo como forma de conhecer Jesus e se livrar do pecado. O roteiro se complementa pela participação em “Ministérios de Música” e em atividades específicas como “acampamentos”, “barzinhos de Jesus” e “Cristotecas”. O vetor que orienta e possibilita a permanência nesse roteiro é o movimento PHN por ser o difusor de uma prática cristão-carismática capaz de envolver a vida do jovem de forma global e integrada. Revista Brasileira de História das Religiões. ANPUH, Ano III, n. 8, Set. 2010 - ISSN 1983-2850 http://www.dhi.uem.br/gtreligiao Artigos___________________________________________________________ 239
A forte influência do PHN nos grupos de oração, principalmente no interior de São Paulo, dá-se por meio do sistema de comunicação de massa da Canção Nova (CD, livros, rádio), principalmente a televisão. O PHN possui um espaço significativo na TV Canção Nova e possui um programa que é transmitido ao vivo para todo o Brasil (nas cidades no qual a RCC conseguiu instalar o retransmissor) às terças-feiras a noite.
Considera-se que o roteiro de evangelização proposto pelo PHN se desenvolve a partir de uma mudança de impacto, mas se estabelece de forma provisória na vida do jovem. O fato observado dos jovens depois de um tempo de participação, no Grupo de Oração e nas atividades específicas, distanciarem-se da RCC nos remete à discussão de Weber sobre a esfera estética e erótica na sociedade. Como vimos, segundo o autor, o estético e o erótico concorrem com a religião na modernidade. Dessa forma, ambas as esferas possuem um sentido transformador que segue em direção à autonomia em relação ao campo religioso.
Parece ser essa a explicação para a eficiência apenas provisória do PHN na vida do jovem religioso, pois, ao descobrir a sexualidade no namoro, o jovem tende a se distanciar do movimento que foca sua discussão do pecado no elemento erótico. Ao restringir e condenar o sexo, a masturbação, o ficar, o PHN se fecha para aquela juventude que descobre a força vital da sexualidade em sua vida.
Todavia, importante ressaltar que, apesar de provisório, a prática cristão-carismática proposto pelo PHN possui eficiência, observada a partir do discurso dos jovens, em um determinado período. Além disso, o PHN consegue, inclusive, manter em seus quadros um pequeno, mas significativo número de adeptos que se tornam lideranças nos grupos de oração, nas paróquias e nas comunidades de vida e aliança da RCC.
De outra parte, assiste-se a um processo de submissão ao líder carismático, no qual um estilo de vida se afirma por meio de uma profunda desconsideração (distanciamento) da realidade e de uma total intolerância com a diferença. A nova tribo adotada pelo jovem convertido ao movimento carismático possui seus próprios princípios e os conserva colocando-a em oposição ao outro, ao diferente. Do lado do bem se encontram os vencedores, estes que retiraram o pecado de suas vidas, ou seja, os jovens do PHN. Do outro lado, se encontram aqueles que pertencem ao mal, os homossexuais, os jovens que Revista Brasileira de História das Religiões. ANPUH, Ano III, n. 8, Set. 2010 - ISSN 1983-2850 http://www.dhi.uem.br/gtreligiao Artigos ___________________________________________________________ 240
praticam sexo fora do casamento, os membros de outras religiões, as outras tribos juvenis que não participam da igreja, ou seja, os jovens do mundo.
Nesse sentido, o distanciamento do mundo como um método de evangelização se torna inevitável, em um cenário difícil de colocá-lo em prática, na medida em que a realidade se nivela no momento em que jovem retorna a seu meio social (família, trabalho, escola). Nesse processo, o prejulgamento e a intolerância são convocados como armas de defesa dessa realidade que se difere daquilo que o carismático vivencia na comunidade religiosa, na paróquia e no grupo de oração.
Por fim, ao construir uma perspectiva inclusiva de distanciamento do mundo, a RCC produz também um distanciamento da própria Igreja Católica, já que se observou que uma parte significativa dos jovens participa apenas das atividades específicas do movimento carismático. Além disso, entra-se em choque também com as outras sensibilidades religiosas presentes no contexto católico, principalmente aquelas que dialogam de certa maneira com a modernidade e com as esferas seculares do mundo.

Referências

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